Sorteio de grupos da Copa América será feito hoje no Rio

As atenções do futebol sul-americano estarão voltadas nesta quinta-feira (24) à noite para a Cidade das Artes, na zona oeste do Rio de Janeiro. Às 19h30, começa o sorteio dos grupos para a 46ª edição da Copa América de futebol masculino, que será realizada de 14 de junho a 7 de julho no Brasil.

O pentacampeão mundial Cafu será o mestre de cerimônias da festa. Junto com ele, participarão do sorteio a melhor jogadora do mundo por seis vezes, Marta, e os craques Lugano, Javier Zanetti, Francisco Maturana, Romerito, Zé Roberto e Zico. Ronaldinho Gaúcho, eleito o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005, terá participação especial.

Participarão do torneio 12 países, dez da América do Sul (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela) e dois convidados (Japão e Catar). Todos serão divididos em três grupos. O Brasil, Uruguai e a Argentina são cabeças de chave.

A Copa América volta ao Brasil depois de 30 anos. A partida de abertura será no Estádio do Morumbi, em São Paulo, e a final, no Maracanã. Além das duas capitais, as partidas estão marcadas para Belo Horizonte (Mineirão), Porto Alegre (Arena do Grêmio) e Salvador (Fonte Nova).  



Estreia do Santa Cruz na Copa do Nordeste deixou a desejar, analisa Rafael Pereira

Estreia oficial do Santa Cruz na temporada, técnico novo, muitos jogadores desconhecidos da torcida. Elementos que amenizam e podem até mesmo justificar a atuação do time, afinal por mais que a partida tenha deixado a desejar na parte técnica o empate fora contra o Botafogo-PB pode ser considerado um resultado dentro do esperado, levando em consideração também o histórico de equilíbrio máximo entre as equipes (em 10 confrontos, 3 vitórias para cada e 4 empates).


Analisando mais a fundo o jogo, é possível perceber o quanto faltou técnica aos atletas. Poderíamos fazer uma relação considerável de situações que poderiam mudar a história do embate caso o nível de alguns jogadores não estivesse tão abaixo das expectativas. Durante o 1º tempo principalmente, quando o fôlego era maior, as duas equipes se entregaram bastante, muita demonstração de raça e motivação. Mas, se fosse apenas isso, todos os elencos seriam compostos por seus torcedores.


Pois é, esse primeiro tempo foi difícil de assistir, escanteios cobrados direto pra fora, falta perigosíssima que o Hericlis desperdiçou, uma das piores cobranças de falta que já vi naquela distância, sem falar que ele ainda teve uma ótima chance para o Santa em uma jogada pela direita mas quando entrou na área esqueceu a bola e passou lotado mesmo estando com ela sobre seu domínio.


A jogada que mais animou os torcedores tricolores foi uma boa enfiada de bola de Marcos Martins para Elias, que saiu na entrada da área e chutou de canhota, ele não acertou a bola direito, o arremate saiu torto e não teria o caminho do gol, mas a bola desviou no defensor do Belo e obrigou o goleiro Saulo a fazer sua principal e única intervenção relevante no jogo.


No segundo tempo, a partida foi mais aberta, as duas equipes tiveram chances claras mas não alcançaram o momento mais esperado de uma partida de futebol, o gol. Os primeiros 15 minutos foram favoráveis aos pernambucanos, com três boas oportunidades, duas com Augusto de cabeça. Na primeira, Elias cruzou uma bola muito alta e ele conseguiu ganhar do zagueiro na disputa por cima, na segunda, ele estava sozinho, na linha da pequena área na frente do gol depois de um belo cruzamento de Marcos Martins pela direita e mandou pra fora. A terceira chance desperdiçada foi um lance de pura irresponsabilidade, a bola estava chegando em Elias, dentro da grande área, ele tinha mais dois companheiros de time ao seu lado e apenas um marcador botafoguense para os três, quando a bola chegou ele tentou uma bicicleta, que nem tomou a direção da barra, a bola subiu e não trouxe perigo, mais uma oportunidade de gol que o Elias não consegue nem finalizar como um jogador profissional.


Apesar de ter enfatizado os lances ofensivos do Santa Cruz, foram os paraibanos que chegaram com real perigo, aos 24 minutos, a melhor jogada da partida, Marcos Aurélio dá um passe nas costas da defesa para Rafael Ibiapino, ele esperou a chegada do Clayton e rolou para o camisa 7 soltar o pé direito em um ótimo chute cruzado no ângulo, azar do Botafogo que o goleiro Ricardo Ernesto foi buscar em uma grande defesa mandando para escanteio.


A partir daí só dava Belo, principalmente após a expulsão boba de Neto Costa, os dois amarelos foram duas faltas desnecessárias, a segunda inclusive em um carrinho praticamente na grande área do adversário. Problema sério para Leston Júnior que no próximo jogo não terá o titular, Pipico por conta de lesão nem o seu reserva, Neto Costa que cumprirá suspensão.


Voltando aos lances finais, quando a partida ganhou um pouco de emoção, aos 39 minutos Marcos Aurélio teve uma chance na meia lua, mas finalizou para fora. Aos 46, Marcos Aurélio fez jogada pela esquerda e rolou para trás, Rogério soltou uma bomba perigosíssima, mas Ricardo Ernesto estava lá mais uma vez para espalmar à linha de fundo, os paraibanos tiveram pressa para criar outras oportunidades mas o Santa Cruz conseguiu suportar bem e “gastar o tempo”.


Como ponto positivo da partida destacaria a defesa coral, o Botafogo não saiu nenhuma vez na cara do gol, conseguiu fechar bem os espaços; a prova disso é que as chances do Botafogo foram em arremates de longe, com exceção do chute de Clayton, em que a defesa também estava bem posicionada mas com a qualidade no passe do Marcos Aurélio a linha foi quebrada. Durante os 90 minutos foi a única vez em que isso ocorreu, o Leston Júnior ainda terá muito trabalho mas começou certo, organizando a defesa, setor que toda equipe competitiva precisa ter bem estruturado.


O desafio do treinador será a parte ofensiva, caso Pipico estivesse em campo talvez ele aproveitasse uma das chances de Augusto, Elias ou Hericlis (para mim o pior em campo). Até porque as chances foram criadas, principalmente pelo flanco direito quando Marcos Martins (meu destaque do jogo ao lado de Ricardo Ernesto) participava das jogadas ofensivas, como a bola enfiada para Elias no primeiro tempo e o cruzamento preciso para Augusto no início do segundo.


Na próxima rodada, o tricolor terá uma tarefa ainda mais complicada, o Bahia que fez excelente temporada em 2018 e se reforçou bem para a série A 2019.



Por dentro da Copa do Nordeste

MATEUS PEDROSA

pedrosa@portalrcf.com.br

Nesta terça-feira (15), será iniciada a maior competição regional do país. A Copa do Nordeste, ou com uma pitada de criatividade do povo, a Lampions League contará com 16 times divididos em 2 grupos de 8, em uma disputa que promete ser emocionante. Destes, 4 estão na série A do campeonato nacional (Bahia, Ceará, Fortaleza e CSA), 2 estão na série B (CRB e Vitória), 6 estão na série C (ABC,  Botafogo-PB, Confiança, Náutico, Sampaio Corrêa e Santa Cruz) e 4 estão na série D (Altos, Moto Club, Salgueiro e Sergipe).

Essa mistura de 4 divisões pode gerar a ilusão de um campeonato desequilibrado e sem graça, mas isso não passa de mera impressão. Isso porque os times de pequeno porte, a partir da mudança no regulamento da competição, passam por uma seletiva prévia, que serve de filtro para reunir os melhores e tirar de jogada clubes que serviriam de "saco de pancada". Outro e principal fator de equilíbrio da Copa do Nordeste é sua data de início. Enquanto os times de maior poderio técnico e financeiro começaram a se preparar recentemente, os times mais modestos tiveram suas temporadas encerradas de maneira muito mais precoce e, dessa forma, puderam se preparar, principalmente, na parte física com maior cautela e antecedência. Assim, embora os times mais humildes tenham desvantagem inicial na parte técnica, possuem maiores vantagens na parte física, fazendo com que os jogos fiquem mais acirrados.

A Lampions tem muito mais peso para os participantes de menor porte. A competição perde em importância somente para o campeonato nacional, que é responsável por fornecer o caminho de acesso às divisões superiores. O melhor nisso tudo é que o calendário permite uma boa conciliação das duas competições, já que a primeira fase do Nordestão acaba dia 7 de março e os campeonatos brasileiros (séries A, B, C e D) só começam no mês de abril. Além disso, a competição é mais uma forma de gerar renda (salvadora da temporada para algumas equipes), seja pela premiação, pelas quotas de TV ou pelo público pagante nos jogos, que nessa temporada deverá ser maior devido à maior ocorrência de partidas nos fins de semana.

Todavia, para os principais times da região a competição também tem sua importância. Não é prioridade, mas também não é de se descartar. Sempre é bom aumentar o faturamento, testar o time, entrosar o elenco. Mas o principal, e é aqui que esses time se unem aos menores para um mesmo desígnio, a conquista da taça e a consequente classificação direta para as oitavas de final da Copa do Brasil.

Ah, não podia esquecer! A competição, por estreitar a disputa entre os clubes nordestinos, é um pilar para a resenha entre as torcidas. Qual será o maior do Nordeste em 2019? Ainda não se sabe, mas a resenha e as provocações já começaram e provavelmente não terão fim. Que bom que há o Nordestão para proporcionar espetáculos, dentro e fora de campo.


A inaceitável fase do maior clube do mundo

MATEUS PEDROSA

pedrosa@portalrcf.com.br


            Qualquer time sentiria a saída de Cristiano Ronaldo, inclusive o maior de todos os tempos: o Real Madrid. Não há problema no rebaixamento técnico com a transferência do jogador para a Juventus, visto que qualquer jogador para substituí-lo na posição, não será páreo o suficiente. Mas com o gigantismo e a magnitude do clube aliados ao excelente elenco que ainda restou ao detentor de 13 títulos da Uefa Champions League, não se esperava que a atual fase chegasse.

            Após a despedida de Zidane e Cristiano Ronaldo, o Real Madrid consolou sua torcida com o título protocolar do Mundial de Clubes da FIFA. Apenas. Hoje (7), o clube se encontra na 5ª colocação na La Liga, o que teria como resultado se o campeonato terminasse hoje, a não classificação para a Champions. Mas quais as razões para esse momento inaceitável do clube?

            Em primeiro lugar, faltou visão de futuro para a administração, no sentido de identificar a vida útil do elenco e planejar a paulatina renovação. Era imprescindível se preparar para a saída inevitável do craque português. Além disso, os dirigentes erraram na reposição do treinador. Contrataram Lopetegui num contexto bastante discutível e, na minha visão, não é um treinador à altura de Zidane. À brasileira, após alguns resultados ruins, demitiu-se o técnico e decidiu-se dar uma chance à Solari, um prata da casa, mas sem ter o manejo ideal com o elenco.

            É evidente que o Real Madrid está órfão de liderança, tanto dentro como fora de campo. Dentro de campo, apesar da presença de  Gareth Bale, Modric (atual melhor do mundo), Kroos, Marcelo, Sérgio Ramos, Casemiro, entre outros, não se ressalta uma liderança psicológica nem técnica, diante da má fase de boa parte dos citados. Isso fica comprovado com a animação da torcida ao ver a bela atuação de Vinícius Júnior na sua estreia como titular, que vem sendo um dos poucos pontos positivos das partidas feitas pelo Real. Claro que os jogadores têm muita culpa nisso tudo. Mas o novo técnico também. É impensável imaginar um time com todos esses craques apresentar tantas atuações apáticas. É contrário à história do clube. Duvido que esse elenco, do jeito que está, sem mudar uma única peça, não funcionaria na mão de Jurgen Klopp ou Pepe Guardiola. Falta liderança, reitero!

            Resta agora o mata-mata da Champions para salvar a temporada, ou ao menos impulsionar a que virá. Apesar do contrato de 2 anos com Solari, duvido muito que o técnico permaneça no próximo ano. A fase está tão assustadora que chegam a falar do técnico português José Mourinho. Realmente, falta de planejamento não é um mal só dos dirigentes brasileiros. Uma pena para o futebol mundial que o Real Madrid esteja nessa situação.


Corrida de São Silvestre reunirá 30 mil participantes em São Paulo

Começou nesta quinta-feira (27) a distribuição dos kitscom chip e camiseta para atletas e amadores inscritos na 94ª Corrida Internacional de São Silvestre, a tradicional prova que ocorre no dia 31 de dezembro em São Paulo. Os cerca de 30 mil corredores têm até domingo (30) para retirar seus kits no Palácio de Convenções do Anhembi, zona norte da cidade.

No pelotão de elite, participam 30 competidores estrangeiros da Etiópia, do Bahrein, Quênia, de Uganda, da Tanzânia, Argentina, do Equador e da Bolívia. O percurso tem 15 quilômetros, com largada às 8h20 na Avenida Paulista, próximo ao número 2.000, e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, também na Avenida Paulista, número 900.

Estrelas

Foram confirmados pela organização do evento os atletas Dawitt Admasu (campeão da São Silvestre em 2014 e 2017), Sintayehu Hailemicheal  (vice-campeão da São Silvestre em 2017), Paul Kipkemboi (campeão da Meia Maratona do Rio de Janeiro deste ano), Nicholas Kieter (segundo colocado na Volta Internacional da Pampulha deste ano),  Edwin Rotich, (segundo colocado na Meia de Madrid em 2017) e Mosinet Bayih (vice-campeão na Maratona de Chicago e campeão da Meia Maratona de Buenos Aires).

No feminino, as atrações são Esther Kakuri (campeã da Meia Maratona do Rio e da Meia Maratona de Buenos Aires, ambas em 2018) e Birtukan Alemu (campeã da Flushing Meadowns Queens este ano).

Segurança

A organização informou que vai coibir fraudes e que as ocorrências verificadas no ano passado, de número clonado sendo usado por várias pessoas, estão sendo avaliadas nas esferas civil e criminal. As áreas de acesso e dispersão serão restritas a atletas inscritos e não será permitida a presença de acompanhantes.

A pipoca (competidores sem inscrição) não será permitida, uma vez que a estrutura do evento, como os sete postos de água e outros serviços, não suportará excedentes.



Falta de critérios prejudicou ano do Santa Cruz, analisa Rafael Pereira

         Com certeza, a torcida do Santa Cruz esperava uma temporada muito melhor do que essa de 2018. Mais uma vez o clube enfrentou problemas financeiros, trouxe um resultado dentro de campo inferior comparando com os últimos anos e alguns deslizes da diretoria que serviram de gozação e zombaria.

Focando nos resultados do time no gramado, a equipe não tinha um futebol convincente, que passava uma segurança ao torcedor, uma proposta de jogo que fosse eficaz, mesmo  que não fosse plástica ou de encher os olhos. Apesar do time ter muitos pontos de melhoria, conseguiu bons resultados no início da Copa do Nordeste, acabou a fase de grupos na liderança do seu grupo de forma invicta, com três vitórias e três empates. No entanto, os bons resultados na competição acabaram na primeira fase, haja vista que o clube passou vexame diante do ABC, nas quartas de final, e perdeu os dois jogos, tomou 4x1 em casa e se despediu do torneio revoltando a torcida.

Simultaneamente, o clube disputava o Campeonato Pernambucano, com seu regulamento questionável, em que 8 clubes se classificam entre 11, e os tricolores conseguiram sua vaga nas quartas de final, mas como sua campanha foi muito ruim para um clube do seu tamanho (6ª posição), um clube acostumado a disputar o título, aquele que mais vezes conquistou o pernambucano na atual década caiu nas quartas de final, tendo o  Sport (3ª posição) como adversário, mais uma decepção para a torcida: 3 a 0 para o Leão na Ilha do Retiro.

As frustrações futebolísticas não pararam por aí, a eliminação para o Fluminense de Feira por 2x0, apenas o 118º no ranking da CBF, enquanto o tricolor é o 25º, o prejuízo foi além da parte técnica e refletiu também na falta das premiações das fases seguintes que poderia ter contribuído bastante para o financeiro do clube, uma oportunidade de receita que o clube não teve novamente e fez falta no decorrer da temporada.

Por fim, o Campeonato Brasileiro, com mais uma série C para a história do clube, mas, dessa vez, para esquecer, não teve um desfecho sequer próximo do de 2013 quando ficou com o título. O clube até conseguiu melhorar seus resultados após a chegada do técnico Roberto Fernandes, campeão do estadual pelo rival Náutico, no entanto, o futebol jogado ainda era pobre e o repertório para criação de jogadas era muito pequeno, talvez a maior deficiência da equipe neste ano. Assim como no Pernambucano e Nordestão, o clube ficou nas quartas de final; no primeiro jogo, os 49 mil presentes incentivaram muito a equipe coral contra o poderoso Operário, do Paraná, e o Santa Cruz venceu por 1x0. Apesar do placar positivo, o sentimento visto no estádio era de alívio pela vitória, mas também de tensão pelo futebol jogado pela equipe do Operário no confronto e durante toda a competição, em que foi superior ao do tricolor. Na volta, os paranaenses fizeram 3x0 com autoridade e garantiram vaga na série B.


Pontos e contrapontos do ano tricolor

Júnior Rocha. Paulo César Gusmão. Roberto Fernandes. Três técnicos em uma mesma temporada, todos bastante diferentes. Júnior Rocha, com menos tempo de carreira, uma aposta da diretoria. PC Gusmão, conhecido nacionalmente, acumula passagens por grandes clubes e currículo pesado. Roberto Fernandes um técnico marcado pelo uso do motivacional para extrair o máximo de seus atletas. A dúvida que fica é: qual o critério utilizado para a contratação de um treinador para o Santa Cruz?

A Diretoria também foi ingênua quando divulgou um projeto muito precário de arrecadação por venda de ovos, considero toda possibilidade de receita que seja lícita válida. Caso o clube se estruturasse quanto a galinheiro, quantos ovos cada galinha é capaz de colocar por determinado período de tempo, meios de distribuição e pontos de venda mapeados para conseguir vender ovos em larga escala e ajudar suas finanças, ótimo, os outros podem zoar o quanto quiserem, pois o clube estaria arrecadando. Mas como todos sabem, não foi o caso, assim como a proposta do “Bolo de Rolo”, foi um fiasco e motivo de riso para torcedores de Sport e Náutico.

         Além disso, destacaria a desorganização nas contratações, pois o clube trouxe cerca de 40 jogadores nesta temporada, uma quantidade absolutamente alta e, assim como a escolha dos técnicos, questiona o planejamento do futebol do clube.

Mas a diretoria tricolor também teve seus méritos, buscou se tornar mais acessível aos torcedores via rede social, colhendo feedbacks e desejos de seus torcedores, dos sócios principalmente. Também fez um esforço para a manutenção do gramado do Arruda, que tem sido alvo de críticas nos últimos anos.

Analisando melhor o desempenho do time em campo, já falei que o futebol foi muito inferior ao que um clube como o Santa Cruz merece, uma dificuldade muito grande para criar situações claras de gol, algo que pode ter refletido nas dores de cabeça que a torcida teve com Robert e Vinícius, por exemplo. Por outro lado, o atacante Pipico fez sucesso com a torcida coral, principalmente no final da temporada. Além dele destacaria o ano de Robinho, talvez jogador que mais entregou resultado, e de Danny Morais, que não agregou somente com experiência de futebol e de clube mas também com boas partidas durante o ano.




Arena Pernambuco é símbolo do fracasso da 'Cidade da Copa'

MATEUS PEDROSA

 

            O projeto "Cidade da Copa", protagonista de ilusão para muitos cidadãos pernambucanos, mostra-se um dos maiores, senão o maior, fracassos do Estado de Pernambuco. O que a realidade nos mostra, de maneira sofrível e preocupante, faz com que cada cidadão tenha dúvida se tal projeto sequer ficou pronto no papel.

            O que salta aos olhos é o monumento da Arena Pernambuco. Chama atenção pela beleza e imponência da construção, mas na realidade, o estádio é o maior símbolo da falta de planejamento. Do início à conclusão é um caos. Vícios no processo licitatório (pouca concorrência), incompatibilidade entre os valores anunciados e os, de fato, gastos na construção e mau elaboração do contrato fizeram com que, entre outras coisas, o projeto estivesse sob investigação da  Polícia Federal e com processos tramitando para julgamento do Tribunal de Contas. Além disso, as empresas Odebrecht e Itaipava, participantes da parceria Público-Privada, aproveitando brechas no contrato mal feito, rescindiram unilateralmente, acabando com as esperanças de ganhos, tanto para o governo quanto para os clubes.

            A Arena, apesar de tantos gastos (os declarados e os obscuros), sediou apenas 3 jogos da Copa das Confederações, 5 da Copa do Mundo e tem uma média de apenas 34 jogos por ano no período de 2013 a 2018 (a maioria esmagadora desses, com baixa renda). Com tantos desmantelos em todo o seu processo, esperava-se que após o Mundial, o projeto tivesse condições de retornar o investimento feito, ou ao menos, evitar prejuízos. Porém, de 2015 a 2018, o Estado desembolsou a bagatela de 156 milhões de reais, que poderia ser direcionada a outros ramos imprescindíveis à população pernambucana. Neste ano que vai se encerrando, especificamente, o Estado saiu no déficit de 7,4 milhões de reais. Vale lembrar que, até aqui, a Arena era considerada a casa do Náutico e se desenrolaram vários acordos dos outros dois grandes de Pernambuco para jogar em São Lourenço da Mata.

            As perspectivas são ainda mais dramáticas para o futuro. A Arena deixará de ser a casa do Náutico, ao menos formalmente, já que o torcedor nunca se sentiu em casa efetivamente. Isso porque já foi festejada a tão querida volta ao Estádio dos Aflitos e o Alvirrubro pernambucano não planeja voltar à "Cidade da Copa", a não ser que haja alguma circunstância excepcional. O Sport e o Santa também manifestaram seus desconfortos em jogar no estádio e só vão jogar lá com uma condição: possibilidade clara de lucro.

            E assim se desenrola o roteiro deplorável do mau planejamento, da maior significação do projeto para os desejos dos políticos do que para os da população. Resta agora para o "elefante branco" amistosos festivos, aulões para o vestibular, peladas, casamentos, shows, dentre outros eventos pouco capazes de reverter os cofres do Estado. Portanto, pouquíssimas são as perspectivas de retorno aos investimentos feitos, e quem paga o preço mais uma vez, infelizmente, é o contribuinte pernambucano.


Opinião | Uma Ilha cheia de Problemas

JOSÉ MATHEUS SANTOS matheussantos@portalrcf.com.br Quatro meses de salários atrasados, inclusive o 13º salário não sendo pago, atletas saindo por não pagamento via Justiça, funcionários também sem receber em dia e patrimônio deteriorado. Esse é apenas um trecho que resume o atual quadro do Sport Club do Recife no momento, após a gestão desastrosa do presidente Arnaldo Barros, que deixa o cargo no fim do mês, de forma melancólica. Agora, o presidente eleito Milton Bivar terá um desafio diferente do encontrado em 2007, quando assumiu o clube rubro-negro pela primeira vez, e totalmente negativo.

Após a vitória dessa terça, Bivar já anunciou o nome do novo técnico leonino: Milton Cruz. Ex-assistente técnico do São Paulo, Cruz teve passagem regular pelo Náutico em 2017, tendo destaque no início no estadual, mas, já no fim da passagem, teve dificuldades por conta das dificuldades financeiras do clube e também para propor o jogo, visto que a equipe alvirrubra, na época,um plantel limitado. Fatores externos e de dentro do campo influenciaram. Neste ano de 2018, Milton Cruz passou pelo Figueirense e venceu o campeonato catarinense pelo clube. Tirou a equipe de baixo da tabela na primeira fase, deixou na segunda posição e terminou como campeão, na final contra a Chapecoense, time de Série A, enquanto o Figueira está na B. No elenco vencedor, estava Jorge Henrique, agora contratado pelo Náutico.

Além do anúncio do novo comandante do time de futebol, Milton Bivar anunciou a permanência do atual executivo de futebol, Klaus Câmara, uma das poucas raridades que deram certo na “gestão” Arnaldo Barros. Ao lado dele, estarão Francisco Guerra, Manuel Nelo, Julio Neto e Wanderson Lacerda, Este último já saiu derrotado das eleições presidenciais leoninas nas últimas duas vezes em que disputou, e já esperada a participação na nova gestão. Milton Bivar apenas não queria anunciar antes. Nos bastidores, fala-se que Wanderson “tiraria votos”. Porém, com a larga vantagem exposta pelas urnas ontem, é difícil que essa tese tenha consistência.

Milton Bivar, eleito, fez um discurso essencial para o momento do clube: humildade e pés no chão. “Não vou prometer que o Sport vai ser campeão de Libertadores e outras grandezas, mas vamos fazer muito esforço e dentro dos nossos limites”, destacou Milton e, ao mesmo tempo, fazendo um contraponto a Arnaldo Barros, que outrora, na eleição passada, disse querer “que o Brasil se curve ao Sport”, querendo “ir para a briga com Flamengo e Corinthians”. Sonhar é preciso… Mas essa mania de grandeza exagerada é algo que precisa ser controlado no Leão, pois há resquícios disso agora mesmo.

É importante também que haja aproximação com a torcida do Sport durante o biênio 2019/2020. Aliás, os torcedores se mostraram verdadeiros apaixonados quando estiveram nos jogos neste ano lotando a Ilha do Retiro, nas partidas decisivas, mesmo sabendo do caos instaurado na “Ilha dos Problemas”. No entanto, outra raridade que deu certo no Sport recentemente foi o rompimento institucional pelo ex-presidente João Humberto Martorelli com a Torcida Organizada Jovem. Não existe um clube abrigar e receber posses da Jovem dentro de sua sede, com vários casos de ameaça e também inúmeras suposições de envolvimento com crimes de integrantes, inclusive violência pré e pós-jogos, o que assusta a cidade em dias de partidas acaloradas. Ontem, na comemoração após a vitória de Bivar, a Jovem estava lá. Parecia se reintegrar ao Sport, como um filho no berço da gestão. Portanto, é importante que Milton tome um posicionamento claro: pró ou contra a torcida. Se for a favor, que encaminhe para uma Ilha cheia de problemas. Como está.

EM TEMPO: estranho o silêncio do ex-presidente Homero Lacerda nesta eleição. Pouco falou e tampouco falou na campanha quem tinha o seu apoio. A ver o comportamento a posteriori.



Volta aos Aflitos coroa ano espetacular do Náutico


Há alguns dias falei de como a temporada de 2018 do Náutico foi boa, pois, mesmo permanecendo na Série C do Campeonato Brasileiro, os aplausos da torcida após a eliminação em casa para o Bragantino transparecem bem isso. Mas também é necessário dar um destaque para a volta do clube para sua casa, os alvirrubros fazem contagem regressiva para reencontrar os Aflitos, que está bem modificado depois de receber uma série de melhorias.

Se hoje isso é possível, a diretoria do Náutico tem muito mérito, pois não se contentou com o bom trabalho entregue nas 4 linhas, trazendo jogadores que fizeram total diferença, como Wendel com toda sua experiência e acostumado a ser campeão, Ortigoza, que fez total diferença para o time e chancelou toda a sua qualidade quando recebeu propostas e foi jogar a Série A pelo Paraná após o fim da participação do Náutico na Série C e Wallace Pernambucano que brilhou contra o Sport no Estadual e em tantos outros jogos na campanha do título do estadual.

Outro ponto importante relacionado à diretoria, algo que era uma grande dificuldade nas últimas temporadas, são os salários atrasados. Mas, em 2018, nenhum atleta ou funcionário teve esse problema porque sempre estiveram em dia durante o ano. Muito mais do que se contentar com os salários em dia, o clube começou a quitar dívidas passadas, continuando nesse ritmo o Náutico tem tudo para se recuperar financeiramente.

Essa recuperação passa muito pela volta aos Aflitos, com o Náutico jogando com o estádio cheio, onde a torcida se identifica e no local em que o clube construiu boa parte de sua história. No âmbito esportivo, o alvirrubro só tem a ganhar, porque o desempenho do time sempre foi melhor em seus domínios, com o gramado característico dos Aflitos, com o corte da grama em um nível mais alto em relação ao convencional visto em outros estádios.

A expectativa é que o clube não repita médias de público tão fracas como nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, o clube teve seu pior resultado nesse aspecto, média de 2.432 pessoas por jogo, um número vexatório para um clube como o Náutico, acostumado a ter os Aflitos como caldeirão, tomar a Avenida Rosa e Silva para a tradicional Avenida Alvirrubra na recepção do ônibus dos jogadores, arquibancada cheia e a famosa pressão junto ao alambrado, que fica muito próximo do campo de jogo.

Domingo, dia 16 de dezembro, às 17 horas. Reencontro do torcedor com sua casa para uma partida do Náutico, um amistoso contra um adversário de peso e tradição, o Newell’s Old Boys, da Argentina. Dentro de campo, os torcedores verão a maioria dos atletas que estão acostumados, o clube renovou com muitos jogadores e com o técnico Márcio Goiano, visando uma continuidade do trabalho que terá como principal reforço para 2019 o Eládio de Barros Carvalho, os Aflitos. O futuro do Timbu promete.



Analistas do RCF escolhem seleção do Brasileirão 2018

Chegou ao final no domingo (2) a edição de 2018 do Campeonato Brasileiro da Série A. Após o fim da competição, a equipe de Esportes do Portal RCF fez a sua seleção da competição. Os três integrantes, José Matheus Santos, Mateus Pedrosa e Rafael Pereira, fizeram escolhas diferentes em algumas posições, mas ressaltam que, em alguns casos, foi “difícil” a escolha.

As unanimidades entre os três foram os seguintes atletas: o lateral-direito Mayke (Palmeiras), o zagueiro Victor Cuesta (Internacional), o lateral-esquerdo Reinaldo (São Paulo), os volantes Cuéllar (Flamengo) e Bruno Henrique (Palmeiras), e os atacantes Dudu (Palmeiras), também considerado craque, e o artilheiro Gabigol (Santos).

Para o colunista Rafael Pereira, Dudu fez jus à escolha de craque do campeonato.
“Um atleta que fez muito diferencial para o Palmeiras, principalmente na reta final, a hora mais decisiva”. Mateus Pedrosa define o atleta como “incontestável” na Série A 2018.

O técnico do Brasileirão foi Lisca para Rafael e José Matheus Santos. “Para mim, Felipão, Odair Hellmann e Tiago Nunes merecem destaque pelos trabalhos que fizeram no Palmeiras, Inter e Atlético/PR. Porém, Lisca fez o que ninguém acreditava e mudou o panorama do Ceará, que era considerado rebaixado por muitos antes da Copa do Mundo”, argumenta José Matheus Santos. O colunista Mateus Pedrosa teve divergência: “[Hellmann] foi regular e consistente. Apesar de Lisca ter conseguido um feito incrível, Odair foi estável e chegou até a ser ameaçado de demissão após o campeonato estadual. Inclusive, ele recuperou o futebol de Leandro Damião”.

A revelação do campeonato nacional também foi ponto de leve divergência. Mateus Pedrosa selecionou Rodrygo para o posto. Rafael Pereira e Mateus Pedrosa escolheram Ramires, do Bahia.

Confira as seleções de cada um dos três analistas:

Rafael Pereira
Cássio (Corinthians), Mayke (Palmeiras), Gustavo Gomez (Palmeiras), Victor Cuesta (Internacional), Reinaldo (São Paulo); Bruno Henrique (Palmeiras), Cuéllar (Flamengo), Dudu (Palmeiras); Nico Lopez (Internacional), Gabigol (Santos) e Pablo (Atlético-PR).
Técnico: Lisca (Ceará)
Craque: Dudu (Palmeiras)
Revelação: Ramires (Bahia)

Justificativa para o goleiro Cássio, do Corinthians: “Ele segurou bastante, não gostava tanto dele antes, mas está comprovando ser de alto nível no momento. Se não fosse ele, não sei onde estaria o Corinthians agora. Pegou muito na competição."
Craque: Dudu

Mateus Pedrosa
Vanderlei (Santos); Mayke (Palmeiras), Victor Cuesta (Internacional), Léo Duarte (Flamengo), Reinaldo (São Paulo); Cuéllar (Flamengo), Bruno Henrique (Palmeiras), Nico Lopez (Internacional); Everton (Grêmio), Dudu (Palmeiras) e Gabigol (Santos).
Técnico: Odair Hellmann (Internacional)
Craque: Dudu (Palmeiras)
Revelação: Rodrygo (Santos)

Justificativa para escolha do zagueiro Léo Duarte:  “Geromel [do Grêmio] oscilou no Brasileirão, cometeu falhas, embora seja o melhor do Brasil. Porém, na minha visão, Léo Duarte foi muito consistente. Velocidade, versatilidade, saída de bola foram os pontos fortes.”

José Matheus Santos
Weverton (Palmeiras), Mayke (Palmeiras), Gustavo Gomez (Palmeiras), Victor Cuesta (Internacional), Reinaldo (São Paulo); Cuéllar (Flamengo), Bruno Henrique (Palmeiras), Lucas Paquetá (Flamengo); Dudu (Palmeiras), Everton (Grêmio) e Gabigol (Santos).
Técnico: Lisca (Ceará)
Craque: Dudu (Palmeiras)
Revelação: Ramires (Bahia)

Justificativa da escolha de Weverton: "Goleiro passou segurança, mas houve outros destaques também como Fábio, do Cruzeiro, Lomba, do Inter, e Everson, do Ceará. Mas, dessa vez, nenhum goleiro despontou muito à frente."




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